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Oliveira, Minas Gerais, Brazil
Economista, formado na Universidade Federal de São João Del-Rei - UFSJ

ESCOLA CÍVICO-MILITAR

 01/08/2025

O Governo de Minas iniciou uma consulta a mais de 700 escolas do Estado para saber se a comunidade escolar concorda com a implantação do sistema Cívico-Militar — modelo que adota gestão compartilhada entre professores e militares, com foco em disciplina e resultados. Em Oliveira, três escolas serão consultadas: Professor Pinheiro Campos, Dr. José Maria Lobato (Polivalente) e Desembargador Continentino. A consulta chegou a ser realizada no Pinheiro Campos, sendo rejeitada pela comunidade escolar. Nas outras duas escolas, devido à suspensão do processo, ainda não há data prevista para a realização da consulta.

O que chama a atenção é a pressa em lançar o programa, sem antes esclarecer como será o funcionamento desse novo modelo, tampouco apresentar os custos previstos, demonstrando completa desorganização. Isso leva a crer que o programa foi lançado mais com intenções eleitorais — para promover o nome do governador Zema, que tem pretensões de se candidatar em 2026 — e para dividir a categoria dos professores, do que com foco real na melhoria da qualidade da educação.

É evidente que é necessário fortalecer a segurança no ambiente escolar, que tem sido alvo de ataques em diversas regiões do país. No entanto, isso deve ser feito a partir da realidade de cada escola, em conjunto com a comunidade escolar, por meio de ações que gerem resultados concretos — e não com medidas que visam apenas interesses eleitorais. Ainda mais quando se trata de um governador que relativiza a ditadura ao dizer que ela é “uma questão interpretativa”.




AUDITORIA NA PREFEITURA


Nos bastidores da política local, há grande expectativa em torno da conclusão da auditoria que está sendo realizada nas contas e obras da Prefeitura, relativas à gestão passada. O trabalho está a cargo da empresa Integragov – Integridade e Governança Pública Ltda, contratada pela atual administração ao custo de R$ 306 mil, com previsão de entrega dos resultados até fevereiro de 2026.

Esse relatório poderá ter forte impacto no cenário eleitoral de 2028. Caso sejam constatadas irregularidades, o material poderá embasar ações judiciais e até inviabilizar candidaturas. Por outro lado, se não forem comprovados ilícitos, será difícil sustentar críticas à gestão anterior, o que pode fortalecer um eventual nome de oposição.




DE PARTIDO NOVO


Após ter sua candidatura à prefeitura rejeitada pelo partido NOVO em 2024, Luiz da Funerária agora está em nova legenda: o partido Mobiliza, que comandará no município com o objetivo de estruturá-lo para as eleições de 2028. Empresário do ramo funerário, Luiz é bem quisto entre os oliveirenses e pode se tornar uma peça importante no próximo pleito municipal.

Pensando também em 2028, o Partido dos Trabalhadores renovou sua direção municipal, elegendo José Júlio de Souza como presidente do diretório local. Ex-padre, José Júlio já disputou cargos de deputado estadual, prefeito e vereador. Na última eleição, apoiou Dr. Erik.




SAÚDE E AS ELEIÇÕES


A área da saúde tem ganhado protagonismo nos bastidores da política municipal. É possível notar uma disputa de narrativas em torno das ações no setor. Recentemente, o Secretário Estadual de Saúde, Fábio Baccheretti, esteve no município a convite do grupo político do prefeito Dr. Erik. No fim de julho, foi a vez da superintendente do Ministério da Saúde, Maflávia Ferreira, visitar a cidade, a convite do deputado estadual Lucas Lasmar.

Adversários na política local, o que se espera é que ambos os grupos consigam estabelecer algum nível de sinergia em prol da saúde pública, e que as eleições de 2026 não sejam um empecilho para novas conquistas. Dr. Erik deverá apoiar a candidatura do vice-governador Mateus Simões ao Governo de Minas, enquanto o deputado Lucas Lasmar deve estar no palanque da oposição, possivelmente ao lado do senador Rodrigo Pacheco.




AS CONTAS NÃO FECHAM


É difícil compreender a situação financeira de Minas Gerais. O Estado acumula uma dívida com o Governo Federal que já ultrapassa R$ 188 bilhões — valor que cresceu mais de 50% na atual gestão. Ainda assim, o governador Romeu Zema, na proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o próximo ano, abre mão de R$ 25 bilhões em arrecadação, por meio de renúncias fiscais.

Como um Estado tão endividado pode conceder tamanho volume de isenções? — e, pior, sem transparência! Nem mesmo a Assembleia Legislativa tem acesso a quem são os beneficiados por essas renúncias. No fim das contas, quem paga a conta é a população: menos recursos para segurança pública, saúde, repasses às prefeituras e salários dos servidores, que sequer têm reposição inflacionária.




FERROVIAS


A VLI, responsável pela administração da Ferrovia Centro-Atlântica, solicitou ao Governo Federal a renovação antecipada do contrato de concessão. A empresa promete investir mais de R$ 30 bilhões em manutenção e melhorias da malha ferroviária.

No entanto, Oliveira pode estar perdendo uma grande oportunidade. Ainda não há indícios de que o município esteja atuando para incluir no contrato as tão aguardadas obras de ampliação dos túneis de acesso aos bairros das Graças, Segredo e Elias Raimundo, nem a reforma da ponte para o Barro Preto. Sem a obrigatoriedade prevista no contrato, é pouco provável que essas intervenções se concretizem. Enquanto isso, outras cidades, como Arcos, já se adiantaram e apresentaram suas demandas diretamente ao Governo Federal.




TAXAÇÃO DE TRUMP


A taxação imposta por Donald Trump ao Brasil carece de justificativa econômica. A maioria dos produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos não é fabricada por lá, o que significa que a medida poderá, inclusive, gerar inflação na própria economia americana.

A justificativa de “defesa da democracia” também não se sustenta, visto que os EUA mantêm relações diplomáticas e comerciais com diversos países não democráticos — e até apoiam conflitos e massacres em regiões como a África e a Síria.

O que realmente está por trás da medida é a tentativa de Trump de reafirmar a hegemonia americana sobre a América Latina, consolidando seu domínio político e econômico. O preocupante é o apoio que a extrema-direita brasileira tem dado à iniciativa, mesmo que isso traga prejuízos evidentes ao país e à população brasileira.



SINUCA DE BICO

 02/07/2025

A abertura da CPI do CAPS caiu como uma verdadeira sinuca de bico para alguns vereadores de oposição. O pedido havia sido votado no ano passado, mas não foi levado adiante pela antiga mesa diretora. Agora, com a instalação da CPI, alguns dos integrantes são justamente os mesmos que compunham aquela antiga mesa. Ou seja, se forem constatadas irregularidades, esses vereadores poderão ser acusados de omissão por não terem tomado as providências cabíveis à época. Por outro lado, se nada for comprovado, poderão ser suspeitos de não terem investigado devidamente os fatos. Uma típica sinuca de bico — expressão usada para descrever uma situação de difícil solução.

A CPI foi formada com Prico como presidente, Ronaldo como vice-presidente e Siri como relator, tendo ainda Kilin e Walquir Maravilha como membros. A comissão terá 120 dias para concluir os trabalhos, com o objetivo de apurar possíveis irregularidades administrativas, perseguições e práticas de assédio moral no período de 2021 a 2024.




PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS


Foi nomeada pelo Executivo a Comissão Especial para a elaboração do Plano de Cargos e Salários dos servidores do município, composta pelos seguintes servidores: Juscimar Antônio da Silva Pereira, Elaine Mara Santos, Karina Aparecida Ribeiro Silva, Renata Cristina Mariano Santos, Fabíola Pompéia de Almeida Rosário, Patrícia Cristyane de Morais e Dirceia Maria da Silva.

Compete à comissão realizar estudos e levantamentos sobre a estrutura funcional e remuneração dos servidores, promover audiências públicas, elaborar diretrizes e regras para progressão e promoção funcional, além de apresentar o anteprojeto do Plano de Carreira no prazo de 180 dias — prorrogável por igual período, mediante justificativa.

A comissão já realizou a primeira reunião com o prefeito Dr. Erik, e é aguardado para os próximos meses um esboço do projeto. Enquanto o plano está em fase de elaboração, algumas categorias estão sendo contempladas com gratificações e reajustes, por meio de projetos enviados pelo Executivo e aprovados pela Câmara. Até o momento, mais de 600 servidores já foram beneficiados — algo que não acontecia há mais de 16 anos, sem reajustes reais. Essa era uma das promessas de campanha da atual gestão.

Um bom plano de cargos e salários poderá ser um diferencial na administração municipal, atribuindo responsabilidades e melhorando a remuneração, sem viés político e com valorização do trabalho técnico.




REAJUSTE NAS TARIFAS DO SAAE


Foi aprovado pela Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento Básico (ARISB) o reajuste das tarifas do SAAE de Oliveira. O aumento será de 11,68% sobre todas as tarifas da autarquia e entrará em vigor no próximo mês, após a publicação oficial dos novos valores.

A tarifa fixa de água passará de R$ 30,97 para R$ 34,59. Já o metro cúbico na faixa de consumo de 16 a 20 m³ subirá de R$ 3,04 para R$ 3,40. O reajuste ficou acima do dobro da inflação registrada nos últimos 12 meses, o que certamente impactará no orçamento das famílias.

Outro fator que contribui para o aumento da conta é o período de leitura. Em meses em que a leitura ocorre após mais de 30 dias de uso, o consumo é elevado e pode alterar a faixa de cobrança, aumentando consideravelmente o valor a ser pago. Por isso, seria fundamental uma divulgação prévia do calendário de leitura, para informar e orientar os usuários.



 

MUNICIPALIZAÇÃO DA ESCOLA FRANCISCO FERNANDES


O processo de municipalização da Escola Estadual Francisco Fernandes tem gerado muitas dúvidas. Por parte do Executivo Municipal, a proposta é vista como a melhor alternativa para o município. No entanto, a médio e longo prazo, os recursos municipais serão suficientes para manter a escola?

No planejamento do município, foi considerado o aumento dos gastos na área da educação com a inauguração das três novas creches, que também serão custeadas pela prefeitura? Como será feita a transição dos professores atualmente vinculados ao Estado com a municipalização?

Esses e outros questionamentos deveriam ter sido amplamente debatidos na Câmara Municipal. No entanto, onde se esperava o espaço democrático para o diálogo, o que se viu foi a aprovação do projeto sem ouvir a comunidade escolar.

O mais curioso é que o projeto contou com o apoio de parte dos vereadores aliados ao deputado Lucas Lasmar — inclusive os do partido REDE, legenda do próprio deputado —, que havia proposto uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) justamente para discutir o tema. 

Agora, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) acaba de determinar a suspensão dos processos de municipalização, por entender que a maioria dos municípios mineiros não possui capacidade técnica, financeira e estrutural para assumir essa responsabilidade.




CONGRESSO REGRESSO


Estamos diante de um dos piores Congressos da história recente do Brasil, que parece atuar na lógica do "quanto pior, melhor" — sem qualquer compromisso com um projeto real de desenvolvimento e bem-estar da população brasileira.

Vamos aos fatos: projetos como a redução dos supersalários e do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil praticamente não avançam. No entanto, pautas como o aumento do número de deputados, a revisão das aposentadorias parlamentares e até aumentos na conta de luz são aprovados com rapidez e sem constrangimento.

Por que isso acontece? Porque muitos deputados acreditam que, por meio das emendas parlamentares, garantirão sua reeleição — mesmo sem apresentar resultados concretos à sociedade. Cabe a você, eleitor, decidir nas próximas eleições quem realmente está comprometido com o interesse público e quem só busca se beneficiar do poder.




A INCOERÊNCIA DE ZEMA


Quem acompanha atentamente as declarações do governador Zema certamente percebeu uma incoerência em seu discurso sobre educação. Desde o início de seu mandato, ele tem tentado repassar aos municípios as escolas de ensino fundamental (anos iniciais), como no caso da Escola Francisco Fernandes.

No entanto, o próprio governador declarou recentemente que é a favor de desvincular o percentual obrigatório de 25% de investimentos dos municípios na área da educação. Ou seja, quer transferir mais responsabilidade aos municípios, mas incentiva os gestores municipais a reduzir os recursos obrigatórios da área.

Com essa contradição, Zema revela um total descompromisso com a educação pública.




O ERRO DE LULA


O principal erro do presidente Lula na área econômica foi ter nomeado Fernando Haddad como ministro da Fazenda. Não por falta de capacidade técnica, mas pelo seu forte viés político. Em um Congresso altamente polarizado e dominado pelas emendas parlamentares, as chances de aprovar pautas relevantes para a economia já eram pequenas e diminuem ainda mais com um ministro que, caso seja bem avaliado, pode entrar na disputa pela sucessão presidencial.

A escolha ideal teria sido um nome técnico, sem filiação partidária. Embora enfrentasse dificuldades, teria menos resistência política e maior possibilidade de negociar reformas essenciais. Neste cenário, a governabilidade estaria mais bem equilibrada.

RUÍDOS NA ADMINISTRAÇÃO

 02/06/2025

Nos bastidores da política oliveirense, já circulavam rumores de que o vice-prefeito Marlon Aurélio Machado estaria insatisfeito com algumas decisões do prefeito Dr. Erik. A suspeita foi confirmada após a publicação de um vídeo em suas redes sociais, no qual ele critica publicamente o projeto de empréstimo de R$ 10 milhões junto ao BDMG. No vídeo, Marlon recomenda que os vereadores não aprovem a autorização para a contratação do crédito.

Além disso, o vice-prefeito afirmou que não fez indicações para cargos comissionados, apesar de seu partido, o PDT, ocupar pastas estratégicas, como as Secretarias de Administração e de Desenvolvimento Econômico. Um dos nomes em destaque no partido é Adriano Brasil, que vem atuando como articulador político e aproximando Dr. Erik do deputado federal Mário Heringer, presidente estadual da legenda.




RETIRADA À FRANCESA


Sobre o polêmico projeto de empréstimo, a estratégia para evitar uma possível derrota em plenário foi uma manobra regimental da mesa diretora da Câmara: reter o projeto e não levá-lo à votação. Com isso, inviabilizou-se a chance de obtenção do crédito via BDMG, já que o prazo de aprovação venceu em 28 de maio, conforme estipulado no projeto enviado ao Legislativo.

A situação pode ser classificada como uma “retirada à francesa” — termo que define uma saída discreta —, já que uma votação contrária seria um duro golpe para o Executivo, gerando constrangimento para sua base aliada.




REAPROXIMAÇÃO À VISTA?


Nos bastidores políticos, especula-se uma possível reaproximação entre o vice-prefeito Marlon e o grupo do deputado estadual Lucas Lasmar (REDE). O nome de Marlon tem sido frequentemente mencionado, com elogios, por vereadores da oposição. Caso se confirme essa aliança, a estratégia incluiria um apoio formal à reeleição de Lucas, que obteve 70% dos votos válidos em Oliveira nas eleições de 2022.

Vale lembrar que Marlon já integrou esse grupo político, tendo sido eleito vereador pelo MDB. Enquanto isso, o grupo de Dr. Erik sinaliza apoio a múltiplos candidatos a deputado estadual, entre eles Arantes (PL), Wendel Mesquita (SD) e Gustavo Valadares (PMN).




PREOCUPAÇÃO COM AÇÃO JUDICIAL


Uma declaração do secretário de Administração, Deivison de Oliveira Machado, feita na tribuna da Câmara em 12 de maio, acendeu um sinal de alerta. Ele revelou que há uma ação judicial em curso, na qual bancos contestam a cobrança de impostos. Os valores questionados foram utilizados pela Prefeitura em 2017, com base em liminar, mas estavam depositados judicialmente.

Caso a Justiça dê ganho de causa aos bancos, o município poderá ser obrigado a devolver mais de R$ 53 milhões. Um impacto dessa magnitude pode comprometer toda a administração municipal e gerar sérios prejuízos à população. É essencial que Executivo e Legislativo acompanhem essa questão de perto.




A AGONIA DOS SERVIDORES ESTADUAIS


A maior parte dos servidores do Estado ainda não recebeu recomposição salarial. O governador Romeu Zema afirmou que não há previsão para correção. Hoje, mais de 70% desses trabalhadores recebem até dois salários mínimos. Sem o reajuste inflacionário e diante da alta nos preços, especialmente dos alimentos, a situação se torna insustentável.

Para agravar o cenário, servidores vinculados ao IPSEMG enfrentam aumento nas contribuições, conforme projeto aprovado no ano passado. Em algumas carreiras, como a de auxiliar de educação básica, os salários estavam abaixo do mínimo.

A Assembleia Legislativa de Minas precisa reagir. É urgente aprovar uma lei que garanta a recomposição automática dos salários conforme a inflação. Enquanto isso, o salário do governador permanece em R$ 42 mil mensais — o terceiro maior entre os estados brasileiros.




INVESTIMENTOS EM MORRO DO FERRO


Foi publicado no Diário Oficial do Município duas licitações voltadas para o distrito de Morro do Ferro: uma para aquisição de uma máquina niveladora (patrol) e outra para um caminhão compactador de lixo. As licitações estão agendadas para o dia 11 de junho.

Também foi anunciada a contratação da dupla Rick & Renner, ao custo de R$ 286 mil, para um show que acontecerá no dia 26 de junho, durante as festividades de São João Batista —  tradicional evento, que é considerado o maior São João de Minas.




EDUCAÇÃO EM XEQUE


Investir na educação é promessa recorrente nos discursos políticos, mas a realidade segue distante do discurso — e isso independentemente da ideologia de quem governa. A educação pública vem sendo alvo de ataques ao redor do mundo.

Nos EUA, universidades como Harvard e Columbia vêm sendo criticadas com frequência pelo ex-presidente Donald Trump. No Brasil, o governo Bolsonaro foi marcado por ideologização e instabilidade no Ministério da Educação, que teve quatro titulares. Já no governo atual, apesar de menor viés ideológico, os investimentos nas universidades federais ainda deixam a desejar.

Para piorar, o governador Romeu Zema propôs alterar a Constituição Federal para acabar com a obrigatoriedade de investir 25% da receita na educação — uma medida que soa como uma afronta ao direito à educação pública.

Os ataques à educação não são isolados. Eles fazem parte de um movimento global de desmonte dos direitos sociais, e é preciso estar atento.

 

TANCREDO E ELISEU

 04/05/2025

No dia 21 de abril, participei, em São João del-Rei, da missa em memória dos 40 anos do falecimento do presidente Tancredo Neves, além da reinauguração do memorial em sua homenagem. Durante as solenidades, lembrei das eleições para o Governo de Minas, em 1982, quando os candidatos eram Tancredo Neves, pelo PMDB, e o oliveirense Eliseu Resende, pelo PDS. Tancredo venceu por uma margem inferior a 5% dos votos.

É importante lembrar que Tancredo fazia oposição ao regime militar, que não permitia eleições diretas para a presidência. Mais tarde, ele seria eleito presidente por voto indireto, mas infelizmente faleceu em 21 de abril de 1985, antes de tomar posse.

Destaco também a atuação de Eliseu Resende após a redemocratização. Mesmo tendo disputado contra Tancredo, ele ocupou cargos importantes, sendo eleito democraticamente por duas vezes deputado federal e senador por Minas. Notavelmente, contou com o apoio da família Neves, inclusive fazendo "dobradinha" com Aécio Neves — Aécio como governador e Eliseu como senador.

Registro aqui o exemplo de dois grandes homens públicos que, mesmo em campos políticos opostos, contribuíram significativamente para Minas Gerais e para o Brasil.


CEM DIAS DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL


O governo municipal completou 100 dias de administração no mês passado. Uma enquete realizada no meu Instagram mostra que 48% da população avalia esse período como ótimo ou bom. Para 36%, a gestão tem sido regular, enquanto 16% a consideram ruim ou péssima.
Os números são positivos, mas indicam uma queda de aproximadamente 6% em relação ao resultado das urnas em outubro de 2024, quando a gestão foi eleita com 54% dos votos. Isso demonstra uma tendência inicial de perda de capital político.

Como reverter esse cenário?

O caminho é apresentar e entregar resultados que impactem diretamente a vida das pessoas. Por exemplo:

  • Educação: oferecer cursos profissionalizantes e concluir as obras de novas creches, colocando-as em funcionamento.
  • Assistência social: enfrentar com firmeza a situação dos moradores em situação de rua.
  • Meio ambiente: melhorar a coleta de lixo e o sistema de reciclagem.
  • Saúde: agilizar o atendimento, especialmente para exames e consultas.

Essas são algumas demandas que, se atendidas, podem contribuir positivamente para a próxima avaliação da gestão.


INVESTIMENTOS NA SAÚDE


Entraram em processo licitatório três obras importantes, que vão melhorar o atendimento na saúde pública do município. A primeira é a construção da Unidade Básica de Saúde no Distrito Industrial Benedito Landim (região do Dom Bosco com o bairro São Geraldo), no valor aproximado de R$ 2.184.686,14. Outra localidade que deverá receber uma nova UBS é o bairro Residencial Saraiva, com investimento previsto de R$ 2.367.531,73.

Além disso, foi licitada a construção de uma Oficina Ortopédica, ao lado da APAE, com valor estimado de R$ 1.263.404,24.

A soma total desses recursos ultrapassa cinco milhões e oitocentos mil reais e foi viabilizada por meio do Governo Federal, através do Novo PAC, com contrapartida da prefeitura, que disponibilizou os terrenos e fará o acompanhamento da execução das obras. A expectativa é que as obras sejam concluídas em meados de 2026.


LUCAS LASMAR E A REDE SUSTENTABILIDADE


Recentemente foi realizada uma eleição nacional para definir o comando do partido Rede Sustentabilidade. O deputado estadual Lucas Lasmar foi um dos eleitos. Duas alas disputavam o controle da legenda, sendo vitoriosa a chapa liderada pela ex-senadora Heloísa Helena, que derrotou o grupo da ministra Marina Silva.

O ex-prefeito de Belo Horizonte, Paulo Lamac, foi eleito para um dos cargos de direção da legenda. Lasmar integra o grupo de Lamac, que inclusive esteve em Oliveira no ano passado, durante o pré-lançamento da candidatura de Nalton Moreira.

Com maior influência na direção nacional, Lasmar deverá ter mais facilidade para garantir sua reeleição no próximo ano, além de ampliar o acesso aos recursos do fundo partidário e influenciar na indicação das comissões provisórias da Rede nos municípios mineiros, conquistando novos apoiadores.

A Rede elegeu dois deputados estaduais em Minas Gerais em 2020: Lucas Lasmar e Ana Paula Siqueira. Ana Paula não apoiou a candidatura de Lamac e há rumores de que deixará a legenda, filiando-se ao PT na próxima janela partidária.

Falando em Heloísa Helena, ela poderá assumir o cargo de deputada federal pelo Rio de Janeiro, caso se confirme a cassação do deputado Glauber Braga (PSOL). Ela é a primeira suplente da federação Rede–PSOL. A tendência é que a Rede se incline para a extrema-esquerda, podendo abrigar descontentes do PSOL e do PT.


RECURSOS PARA O SETOR CALÇADISTA E PARA A EXPO OLIVEIRA


Duas leis de autoria do Executivo visam fomentar o setor agropecuário e o setor calçadista. Foi aprovada a liberação de R$ 300 mil para o Sindicato Rural de Oliveira, com o objetivo de apoiar a 35ª Exposição Agropecuária e Industrial de Oliveira, que ocorrerá entre os dias 22 e 25 de maio, e também o evento beneficente "Queima do Alho", marcado para o dia 17 de maio.

Vale lembrar que a Expo Oliveira é um dos eventos agropecuários mais tradicionais da região, promovendo conhecimento e exposição de produtos do setor. Em anos anteriores, contou com a presença de diversas autoridades, incluindo o Secretário Estadual de Agricultura. Já a Queima do Alho, que chega à sua segunda edição, tem como objetivo principal ajudar diversas instituições do município.

Em relação ao setor calçadista, foi aprovada uma lei autorizando o repasse de ajuda de custo para o transporte de mercadorias, no valor de R$ 11.340,00 mensais, durante 12 meses, totalizando mais de R$ 136 mil.

Esse apoio já é realizado há vários anos e tem como meta fortalecer as bancas de calçados do município. A novidade é que a nova legislação exige que os proprietários das bancas criem, no prazo de seis meses, uma cooperativa para representar o setor. Com a formalização dessa cooperativa, o setor poderá se desenvolver ainda mais e firmar novos convênios com o poder público e a iniciativa privada.


HADDAD, TRUMP E ZEMA


Guardadas as devidas proporções, o que têm em comum Trump, Haddad e Zema? A resposta é: os três defendem a taxação de produtos importados.

Haddad propôs a criação de tarifas para compras internacionais de até 50 dólares, com o objetivo de fortalecer o varejo brasileiro, que vinha perdendo vendas para sites como Shopee e Shein. Já Zema suspendeu a isenção de ICMS para a importação de leite em pó e muçarela, visando proteger o setor agropecuário mineiro.

Trump, por sua vez, implementou as maiores tarifas sobre diversos produtos importados pelos EUA, gerando uma guerra comercial. Medidas como essas, quando bem dosadas, são necessárias para buscar o equilíbrio da economia, fortalecendo os setores internos. No entanto, o modelo adotado por Trump foi excessivo, e há quem diga que, no final das contas, os próprios EUA poderão sair prejudicados.

OLIVEIRA, DE VOLTA AO CIRCUITO TURÍSTICO CAMPO DAS VERTENTES

01/04/2025


O município de Oliveira - MG passou a integrar novamente o Circuito Turístico Campos das Vertentes. Na gestão anterior, por questões políticas, o município foi incluído no Circuito Vale Verde e Quedas D’Água, que conta com cidades distantes de Oliveira e sem vínculo regional com o nosso turismo local. O Circuito Campo das Vertentes é composto por cidades vizinhas, culturalmente mais alinhadas com o nosso município. Isso facilitará a integração regional e fortalecerá o turismo, gerando benefícios para todos os municípios envolvidos.


ZEMA, JUDICIÁRIO E AS DÍVIDAS DE MINAS


Não é novidade que o Estado de Minas Gerais está endividado, mas muitos mineiros não sabem que esse endividamento já dura mais de 30 anos e ultrapassa os R$ 188 bilhões. Somente durante o Governo Zema, a dívida aumentou mais de 50%, uma vez que não houve amortização significativa. Mas qual é o segredo que o Governo Zema encontrou para administrar e tentar equilibrar as finanças estaduais? A resposta está no Judiciário: por meio de liminares e sentenças, o Estado conseguiu adiar os pagamentos mensais à União, o que deu fôlego ao Governador para administrar as despesas. No entanto, a dívida continua crescendo.

Nem tudo está perdido, graças ao trabalho do Senador Rodrigo Pacheco e de parlamentares ligados ao Governo Federal, surgiu o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (PROPAG), que prevê descontos de juros e parcelamento para os Estados endividados com a União. Zema deveria agradecer ao Judiciário e aos políticos envolvidos nesse novo modelo. Porém, ao invés disso, ele tem feito várias críticas, com foco em interesses eleitorais, a quem tem tentado buscar soluções para a crise do Estado.

E, falando em dívidas, o que surpreende é que, além de não pagar parte da dívida atual, Zema pediu autorização à Assembleia Legislativa para que o Estado contraia um empréstimo de R$ 100 milhões com bancos internacionais. Como esperar que o Estado resolva suas pendências financeiras se nem sequer negocia o que deve, já se propondo a contrair mais dívidas?


EQUÍVOCOS POLÍTICA ECONÔMICA DO GOVERNO FEDERAL


Sinceramente, não consigo entender as medidas adotadas pelo Governo Federal em relação à política econômica. Nos últimos meses, os preços, especialmente dos alimentos, aumentaram significativamente, impactando o orçamento das famílias. Para controlar a inflação, o Banco Central tem elevado a taxa de juros, tentando reduzir o consumo e os índices inflacionários. No entanto, o próprio Governo incentiva o consumo ao liberar linhas de crédito para trabalhadores por meio de empréstimos consignados da CLT, utilizando recursos do FGTS. Ou seja, essa estratégia contradiz os esforços para controlar a inflação, causando transtornos ao setor produtivo, que sofre com a elevação dos juros.

Para realmente controlar a inflação dos alimentos, é necessário adotar medidas estruturantes, especialmente no setor agrícola, com a oferta de juros reduzidos, qualificação técnica e seguro agrícola. Se implementadas de forma eficaz, essas medidas podem incentivar o crescimento da produção e, consequentemente, a redução dos preços dos alimentos no médio prazo.


ORÇAMENTO DA UNIÃO


Após quase três meses de atraso, o Congresso Nacional aprovou o Orçamento da União para o ano de 2025. Esta é uma das leis mais importantes, pois define como os recursos públicos serão aplicados. Deveria ser uma prioridade para o Congresso, mas, como a maioria dos parlamentares está mais focada em criar vídeos para engajamento e participar de eventos no exterior, leis essenciais acabam ficando em segundo plano. Aliás, por falar em orçamento, é lamentável como ele foi apropriado pelos parlamentares. Cerca de 50% de todo o orçamento é destinado às emendas e indicações de deputados e senadores, sobrando muito pouco para que o Governo Federal faça os investimentos necessários em políticas públicas. A pulverização dos recursos sem planejamento prejudica investimentos em áreas prioritárias, o que compromete o desenvolvimento do Brasil.


VLT E OS PROBLEMAS DE NOSSA CIDADE


A VLI, empresa responsável pela ferrovia que corta nossa cidade, está negociando com o Governo Federal a renovação do contrato. Durante essa renovação, a empresa deverá assumir a responsabilidade de investir cerca de R$ 30 bilhões em manutenção e melhorias na malha ferroviária. E é aqui que entra a necessidade de nosso município reivindicar obras de melhoria em torno da ferrovia. Essas obras, de custo elevado, não devem ser arcadas exclusivamente pelo município, mas sim pela VLI. Para isso, é fundamental que essas melhorias sejam incluídas no contrato de renovação.

Se isso for acordado, as tão esperadas obras de ampliação dos túneis de acesso aos bairros das Graças, Segredo e Elias Raimundo, além da reforma da ponte de acesso ao Barro Preto, poderão finalmente sair do papel. Cabe às nossas autoridades não "dormirem no ponto" e lutar para que essas obras sejam incorporadas ao contrato. Caso contrário, continuaremos a esperar por essas melhorias por mais uma década.


NOTA DE PESAR


Esta semana foi marcada pela perda de duas figuras que se dedicaram à vida pública.

No dia 24 de março, faleceu o ex-vereador Edy Nelson Michalsky, que atuou na Câmara Municipal de Oliveira, durante a década de 90, inclusive presidindo o Legislativo Municipal. Edinho, como era conhecido, contribuiu significativamente para o desenvolvimento de nossa cidade.

No dia 26 de março, faleceu o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman. Fuad, economista de formação, exerceu diversos cargos técnicos tanto no Governo Federal quanto no Estado. Ele foi reeleito prefeito de Belo Horizonte em outubro, mas não pôde cumprir seu segundo mandato, sendo vitimado pelo câncer. De estilo técnico e moderado, Fuad deixou um legado importante para o desenvolvimento da capital mineira. Seu último grande feito foi derrotar a extrema direita em uma vitória histórica, evitando retrocessos nas políticas públicas. Fuad nos ensinou que a política se faz com trabalho e determinação, buscando soluções para os problemas que envolvem a sociedade.